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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Artigo: Todos por uma boa educação

Todos por uma boa educação

Uma das coisas mais preocupante na atualidade é a questão ética, não é só minha preocupação, mas acredito ser, de todos os brasileiros: Ouve-se falar,que estamos vivendo uma crise de valores,e de fato estamos.
Os valores estão se degradando, quando assistimos por parte de dirigentes uma falta de valorização da educação,da saúde e da valorização humana.Tudo isso nos leva a refletir sobre a posição do homem e nesse mundo que habitamos.... Onde chegaremos??
O cenário que se apresenta é o seguinte:
Todos preocupados com seu próprio bem estar e enriquecimento, enquanto o povo míngua e morre a cada dia que passa; quando se vê que os benefícios sociais mais básicos – como saúde, alimentação, moradia, educação – parecem a cada dia mais distantes da grande maioria dos brasileiros; quando vemos nossos hospitais, universidades e escolas sem verbas e prédios públicos luxuosos sendo reformados a cada ano; quando todos os dias um novo escândalo de apropriação de recursos públicos é denunciado nos jornais – e fica por isso mesmo; quando a impunidade parece ser a lei maior, quando tudo isso e muito mais acontece… é normal, é humano nos questionarmos: vale a pena continuar nossa luta? Vale a pena educar nosso filho as rígidas regras da honestidade e da honradez? Será que vai ter lugar para eles, criado desta forma, num mundo como o que vemos? Será que desta forma, eles terão instrumental para se defender da “lei de Gerson”, da “lei do mais forte”, da injustiça e da falta de caráter que parecem prevalecer em nossa sociedade? Estaremos dando aos nossos filhos as armas adequadas para lutar dentro do tipo de vida que vemos existir hoje?
Haverá, por outro lado, algum jeito de mudar essa situação?
São essas interrogações que angustiados, se fazem os pais.
Essas dúvidas, aliadas à incerteza quanto a melhor forma de educar modernamente e a culpa que permeia a relação pelo excesso de psicologismo, pelo pedagogismo e pelo individualismo de cada um, levam o imobilismo, a um comportamento acomodado, cético, por parte dos pais quanto à importância do seu próprio papel.
Dessa forma, param de agir como educadores, por não saberem se “vale a pena” lutar tanto com os filhos, já que é muito difícil perseguir e alcançar objetivos como a formação de valores, o respeito pelo outro, a democracia, a luta pela dignidade a que todo homem tem direito etc. “Deixar o barco correr” pode aparecer então a solução mais prática. E é.
Se for isso o que desejamos simplesmente isso – o que é mais prático, mais fácil e menos trabalhoso – então, pais, devemos realmente “deixar acontecer naturalmente”.
Se, ao pensarmos o futuro dos nossos filhos, só o fazemos em termos de sucesso financeiro e de status social, então realmente o melhor é não insistir sobre o que é certo ou errado, sobre a honestidade, sobre ser produtivo, sobre dar um pouco de contribuição pessoal para a melhoria do nosso povo.
Se, olhando nossos filhos, não o queremos idealistas, como acredito que todo jovem sadio deve ser, se não desejamos vê-los para realizar algo, para dar sua contribuição enquanto têm o ardor e a garra da juventude; se, ao contrário, desejamos apenas que eles “se deem bem” na vida, atribuindo a isso significados como dinheiro, muito dinheiro, comprar tudo que a sociedade de consumo possa oferecer, subir, subir e subir na escala social, então a melhor forma de conseguir isso é acreditar que ninguém, mas ninguém mesmo neste imenso Brasil é honesto – só nós; que nada vale a pena porque só triunfam as nulidades, como dizia Rui Barbosa; que só quem rouba, usurpa, trapaceia é que vence; se é assim que pensamos, devemos realmente escolher o caminho mais fácil – vamos deixar as coisas como estão e tudo continuará, para eles também, da mesma forma no futuro.
Mas se, ao contrário, queremos lhes dar a oportunidade de viver numa sociedade melhor, mais justa e harmônica, democrática, mais humana, temos que acreditar que, em muitos e muitos lugares do Brasil, outros brasileiros, honestos como nós, lutam para mudar o quadro que aí vemos instalado, cada um do seu modo, cada um do jeito que pode ou pensa ser o melhor.
Temos que acreditar que não estamos sozinhos, como eu sempre acredito, milhares de pais com a mesma dúvida e angústias, mas também com o mesmo desejo sincero e forte de acertar.
E, para isso, temos que utilizar nosso espaço de educadores, com todo entusiasmo de que somos capazes, cada um em sua casa, com sua família, resgatando valores, formando a consciência crítica e justa de nossos filhos. Não abrir mão jamais desse papel extraordinário que cabe aos pais, por mais penoso, lento e conturbado que seja – o de geradores da ética, construtores da moral de nossos filhos, que não são nada mais que cidadãos que juntos, num futuro próximo, constituirão a nova massa de brasileiros que estarão galgando cargos de posições de comando neste país. É da forma de ver o mundo de cada um deles que dependerá o futuro. E é da forma que lhes passamos a nossa visão de mundo que eles enxergarão. Não nos deixemos levar pela desesperança, mesmo quando tudo parecer perdido. Lembremo-nos sempre de que se um de nós pensa e luta contra tudo de errado que está por aí, outros, certamente, haverão de estar fazendo o mesmo . Não tenhamos a pretensão, a vaidade de pensar que só nós vemos o certo e o errado. Isso só interessa a quem deseja manter status, a quem deseja tudo permaneça como está.
Mas não interessa, certamente, a quem como nós, pais modernos, lutar por uma sociedade melhor, para que nossos filhos e netos, também os filhos de todos os outros cidadãos tenham lugar mais digno para viver o amanhã.
Resenha: " Educar sem culpa, a Gênese da ética,
autora: Tania Zagury
Por José Ricardo Ferreira
Pedagogia/ Unesp Bauru

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